1 de dezembro de 2010

SLOW MOTION

"Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe?! Eu só levo a certeza de que muito pouco sei, ou nada sei." Almir Sater e Renato Teixeira



Sempre vi essa música como lema da minha vida, mas, de fato, ela ainda não era. Só se a canção falasse "ando devagar porque quando eu corri, tropecei e sofri consequencias inesquecíveis" Sim, caros amigos, um breve resumo:

Saía eu de Buenos Aires, voltando das férias, num vôo que deveria ter saído as 9h50, mas só saiu ás 12h45 para chegar em Montevideo e tomar outro vôo para São Paulo. Quando soube do atraso, soltei os cachorros com a "já-era-moça" da empresa Pluna, que me garantiu que se eu perdesse o voo por causa deles, eles me encaixariam num outro vôo ou pagaria as consequencias...então pra que correr? mas eu corri. Corri tanto dentro daquele aeroporto que, estabanada que sou, caí e a queda foi feia. Perdi o vôo, não por causa do atraso da empresa aérea, mas por causa do socorro médico que precisei. Fui pra uma clínica de fraturas caríssima quando nem existia mais saldo no meu cartão de crédito, veja isso! E descobri que tinha sido uma fratura na articulação, necessitava de uma cirurgia de emergência.

 

Volto pra casa,perco o fim das férias em Sao Paulo depois de tanto perrengue faço a cirurgia e descubro que nao só fraturei uma articulação como rompi com um dos ligamentos, ou seja 50 dias de repouso e mais seis meses de fisioterapia pra TENTAR recuperar os movimentos. Além de tudo isso dependendo de todos de casa pra tudo e todos os dias sonhando que estou lavando meu próprio cabelo ou que estou numa micareta, atrás de um trio elétrico "jogando as mãos pra cima e batendo na palma da mão" oi? é..parece que essas pequenas coisas vão esperar. Aliás, todos os planos que a gente faz no fim do ano vão ter que esperar.

 

Estava eu, conversando com uma amiga, a qual eu já combinava de juntar bagunças em Sao Paulo, sim, porque estava nos meus planos ir pra lá em 2011, quando chegamos a conclusão de que esse incidente foi só uma mensagem de que era necessário aquele timming, aquela reflexão obrigatória antes de qualquer mudança na vida, aquele alerta de que não adianta correr e ser impulsiva pra recuperar o tempo perdido. Até hoje, muito do que tenho na memória de "coisas pra esquecer" foram consequencia da impulsividade sem sutileza, digna de uma pessoa ansiosa, prestes a completar 30 anos e chegar, enfim, a serenidade balzaquiana.

 

Olho atentamente pra minha listinha de promessas para 2010 e vejo que nao realizei nem 30% dela, afinal a lista tinha mais de 50 itens alguns com prazos longos, bem longos, que uma hiperativa como eu não conseguiria esperar...é que até pra fazer planos pro futuro eu fui impulsiva. Agora, faltando 30 dias pro fim do ano, 29 pro meu aniversário, chego a conclusão de que minhas promessas de ano novo se resumem a uma só meta: Ter calma e viver um dia de cada vez!